12 de março de 2011

DÚVIDAS ACERCA DA DOR (COM ALGUM HUMOR)

Será que o regulador
Regula a dor ao aplicá-la?
Talvez o provedor a prove
Aristide Maillol, A dor, Jadim do Carrousel, Paris.
Bem antes de aceitá-la.
Porém o computador a tem
De forma exagerada,
Assim como o regador
Cultiva a sua jogando água?
Talvez o sacador retire muitas
De suas contas bancárias!
Quem saberá? Talvez o fisco?
E, no entanto, conhece-a bem,
Sua força e risco,
O avaliador.
Quem irá buscá-la ansiosamente
Com mais fervor que o procurador?
Porém quem a ama
E não reclama
É o apreciador.
Mas quem a aplica sobre o povo
Ditando regras, que são um horror,
É ninguém menos
Que o ditador.
E, por acaso, a dor esplende
Num esplendor,
Durante desfile de carnaval
Da Sapucaí?
Ou então seria uma alegoria
Que a si mesma arrebataria,
De forma exata, inconteste,
De todos ali presentes,
De um jeito arrebatador?
E quem mais ama a dor
Que um amador profissional,
Que cultiva cada naco do que sofre
Em seu sofrido quintal?
Talvez melhor fosse
Que a encerrasse em fundas masmorras
O prendedor,
Para não deixá-la crescer,
Qual dorida flor desbotada,
Nos canteiros do jardim
Do pobre cultivador.
E, acaso ela escape,
De uma forma indolor,
Daquele fundo fechado
De um coração sonhador,
Tal tarefa é competência
De afamado investigador?
Será que a tecnologia
Criou máquinas mágicas,
Capazes de trocá-la
Por períodos de alegria:
O alternador provisório
E o definitivo comutador?
E ela, então, seria trocada,
Por quase uma ninharia,
Pelo trabalho simplório
De trocador competente,
Que teria o auxílio final,
Para vê-la exterminada
Nas mãos do exterminador?
Quiçá, assim sem sofrer,
Deixasse o povo sofrido,
Tendo já partido a dor
De ser como sempre tem sido:
Sofredor?

Oh! Quanta bobagem saiu
Das mãos deste escrevinhador!

2 comentários:

  1. O Escrevinhador
    Mais ou menos esclarecedor
    Às palavras deu sabor
    Desta vez com muito humor
    Aqui nos falou da dor!...

    Quem assim verseja, é um Senhor!...

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