Será que o regulador
Regula a dor ao aplicá-la?
Talvez o provedor a prove
Aristide Maillol, A dor, Jadim do Carrousel, Paris. |
Porém o computador a tem
De forma exagerada,
Assim como o regador
Cultiva a sua jogando água?
Talvez o sacador retire muitas
De suas contas bancárias!
Quem saberá? Talvez o fisco?
E, no entanto, conhece-a bem,
Sua força e risco,
O avaliador.
Quem irá buscá-la ansiosamente
Com mais fervor que o procurador?
Porém quem a ama
Com mais fervor que o procurador?
Porém quem a ama
E não reclama
É o apreciador.
Mas quem a aplica sobre o povo
Ditando regras, que são um horror,
É ninguém menos
Que o ditador.
E, por acaso, a dor esplende
Num esplendor,
Durante desfile de carnaval
Da Sapucaí?
Ou então seria uma alegoria
Que a si mesma arrebataria,
De forma exata, inconteste,
De todos ali presentes,
De um jeito arrebatador?
E quem mais ama a dor
Que um amador profissional,
Que cultiva cada naco do que sofre
Em seu sofrido quintal?
Talvez melhor fosse
Que a encerrasse em fundas masmorras
O prendedor,
Para não deixá-la crescer,
Qual dorida flor desbotada,
Nos canteiros do jardim
Do pobre cultivador.
E, acaso ela escape,
De uma forma indolor,
Daquele fundo fechado
De um coração sonhador,
Tal tarefa é competência
De afamado investigador?
Será que a tecnologia
Criou máquinas mágicas,
Capazes de trocá-la
Por períodos de alegria:
O alternador provisório
E o definitivo comutador?
E ela, então, seria trocada,
Por quase uma ninharia,
Pelo trabalho simplório
De trocador competente,
Que teria o auxílio final,
Para vê-la exterminada
Nas mãos do exterminador?
Quiçá, assim sem sofrer,
Deixasse o povo sofrido,
Tendo já partido a dor
De ser como sempre tem sido:
Sofredor?
Oh! Quanta bobagem saiu
Das mãos deste escrevinhador!
Esclarecedor!
ResponderExcluirO Escrevinhador
ResponderExcluirMais ou menos esclarecedor
Às palavras deu sabor
Desta vez com muito humor
Aqui nos falou da dor!...
Quem assim verseja, é um Senhor!...