Rimam meu amor não me arrebente o coração
Com o conteúdo de um pastel de vento
E metrificam versos e sonetos
E produzem espetáculos reluzentes entre quatro paredes
Os poetas estaduais rimam sempre com jamais
Rimam o tempo que flui em minhas veias
Com alguma coisa mais sólida que o ar
E rompem a sintaxe e violentam a lógica
E encenam suntuosas peças de monólogos monótonos
Os poetas federais rimam eternamente com vozes atemporais
Rimam o pesado estar no mundo é minha tragédiaCom a profundidade abissal de uma poça d’água no asfalto
E criam neologismos exóticos e produzem sons inesperados
E orquestram concertos de mil vozes harmônicas com gran finale
Imagem em agal-gz.org. |
Abacaxi com ananás
Vem cá que eu quero mais
E vão levando a poesia aos píncaros da glória
E faturam polpudos direitos autorais
Esses poetas são do cacete!
Confesso que fiquei incomodado... sei lá, obriga a gente a dar uma pensada sobre que faz, nos convoca à uma sinceridade que nem sempre parecemos externar, confiante que fingimos sempre a dor que sentimos deveras. Contudo, muito oportuno neste tempo em que fazer e/ou divulgar poesia, ao contrário do que prova a prática de milhares, parece querer tornar-se um negócio embalado por montantes fiscais.
ResponderExcluirPaulo Laurindo, não me leve a sério. Sou daqueles que não gosta de perder a piada. E isto é um jeito para não ser pretensioso.
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