Sou bicho do mato
Vindo do interior do Brasil
E encantado pela vida selvagem da cidade grande
Desde sempre
Porém em minhas veias
Ainda correm córregos de águas mansas
A minha pele recende o capim gordura
E as frutas doces da estação
Os meus rompantes não ultrapassam
Os morrotes acanhados onde pastava o gado distraído
E por meus nervos passam as baixas voltagens
Dos fios frouxos
Das lâmpadas alaranjadas
Que mal alumiavam as noites perdidas
Da minha infância
Mas as minhas tardes
São todas banhadas pelo sol
Que desenhava sombras na parede branca
Da capela de Santo Antônio de Liberdade
E que jamais desvaneceu sua luz
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