29 de maio de 2011

VELHA ESCOLA

(Para João Carlos Duarte de Souza, amigo de infância, in memoriam, e Dona Thalita, professora.)

A velha escola está plantada ali no morro
No alto do morro
A sugerir que seus alunos devam subir
Devam galgar
A vida e o morro
O conhecimento e o morro

Lá vão os alunos de azul e branco
De pés no chão
(Sapato era coisa de festa)
Subindo o morro
Galgando a vida

A escola está plantada entre árvores
Sob o azul e branco do céu
Fervilhando de criança

Nas salas o burburinho
Pela festa de aniversário da professora
(O meu presente se espatifou
Com meu coração na entrada)

Lá está a escola no alto do morro
Toda enfeitada de bandeirinhas
A fogueira acesa
A quadrilha girando no pátio
A voz do seu Alcino
A sanfona do tio Tatão
E o toque gostoso do corpo das meninas
Colhida em eb1.figueiredo-alva.rcts.pt
(O máximo permitido por minha timidez
Era este gosto suave da infância)

A escola está lá plantada no alto do morro
Convidando-nos a subir sempre
Essa escola que plantou em cada um
O desejo de subir sempre
Até chegar ao azul e branco do céu



3 comentários:

  1. Costumo sempre lembrar que os melhores anos da minha vida foi meu tempo de escola. Todos os meus modelos conheci-os lá: com meus professores e principalmente com os meus colegas. Se hoje não sou grande coisa culpo apenas a mim mesmo por não ter prestado mais atenção.

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  2. Só quem possui sensibilidade de poeta pode escrever dessa forma! Bela poesia em homenagem ao Mestre! - P.R.Cecchetti

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