Vejam se é possível haver um sonho assim.
Um dia um trabalhador, de ócio,
Encontra-se na praça em que passeia
Com o ínclito senhor Palocci
E lhe propõe certo negócio:
- Serei seu sócio, Senhor Ministro!
Palocci do alto de sua sapiência
E sabedor da pretensa esperteza de seu “sócio”,
Que na verdade não passa de um néscio,
Diz-lhe: - Só se for como palhaço.
- Palhaço não posso, Excelência,
Porque o que há de palhaço nessa joça
É troço que as minhas contas ultrapassa!
E Palocci, que de palhaço entende à beça,
Pois faz de todos nós o que lhe apeteça,
Julga que o pobre homem é um beócio
Com a fuça de quem sofre de bócio,
E se exime de dizer o mais que possa,
Pois para ele o que mais importa
É o que possa acrescer às suas posses
E o quanto possa!
É muito milho para pouca roça!
É muita novidade para tão exígua bossa!
E para fechar assim essa conversa
Disse o tal ministro assaz com pressa:
- Quem quiser que faça o que faço,
Eu sei cuidar dos meus negócios.
Por isso estamos aqui com cara de palhaço.
Muito bom, Saint-Clair. Lembrou-me um pouco os versos de Gregório de Matos e da Literatura de Cordel. O negócio é dar um fim na cantoria, tamanha a quantidade de assunto pra esmiuçar nesta "Farsa da Mulher que se casou com o Demo".
ResponderExcluirGenial! De um fã, palhaço!
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