Mas estou inerte, parado nesta esquina
O bonde não vem mais
E eu diria – para consolar –
Que as solidões geraram obras
Construíram castelos
Abdicaram de coroas
Mas meu corpo é rijo
Imóvel meu pensamento
Há alguns caracóis que me pedem passagem
A rua é pública
Passem sobre meu cadáver
Daqui não me movo
Vou ficar aqui parado, hirto,
Regendo com os olhos
Os movimentos que – imagino –
Fazem as estrelas do céu da tua boca.
Van Gogh, Noite estrelada sobre o Ródano, 1888. Museu d'Orsay. |
Tem razão: o ritmo do amor é outro, diferente deste frege que nos assola quando ficamos desatentos.
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