Navega em mar nervoso
Qual barco de Caronte
A minha barca velha
No rumo do poente
Deixando suas fontes
Em lívido horizonte
E indo mergulhar
Lá longe não sei onde
Em bem profundas águas
De nítido negrume
E ainda que eu não queira
Ou que proteste muito
Que a minha barca afunde
E o nome de Raimundo
Com que alguém me chame
- E que uma rima esconde -
De nada servirá
No derradeiro instante.
Bela imagem para tema tão pungente.
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