4 de maio de 2011

A BARCA

Navega em mar nervoso
Qual barco de Caronte
A minha barca velha
No rumo do poente
Deixando suas fontes
Em lívido horizonte
E indo mergulhar
Lá longe não sei onde
Em bem profundas águas
De nítido negrume
E ainda que eu não queira
Ou que proteste muito 
Van Gogh, Barcos de Saintes-Maries, 1888.
Não há como impedir
Que a minha barca afunde
E o nome de Raimundo
Com que alguém me chame
- E que uma rima esconde -
De nada servirá
No derradeiro instante.

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