Quinta da Paz, Vale do Cuiabá, Petrópolis, em viajandocomlucianadias.blogspot.com. |
Apaixonado por serras, por diversas vezes, estive com minha mulher, Jane, em Itaipava, como no último fim de ano.
Formos lá passar um réveillon tranquilo, como era o desejo dela.
De todas as outras vezes, embora tivesse notícias da beleza do Vale do Cuiabá, nunca lá estivéramos, até que, no último dia do ano, pelas dezessete horas, chamei-a para irmos conhecê-lo.
Com o horário de verão, a escuridão da noite custa mais a chegar, e, como o Vale é bem próximo de Itaipava, não nos preocupamos com a viagem, porque ainda teríamos cerca de duas horas para desfrutar do passeio.
Chovia fraco. Aliás, foi no dia 31 de dezembro que a chuva começou insidiosa sobre a serra.
Percorremos um bom trecho da Estrada das Arcas, no Vale, visualizando as belas paisagens, as propriedades elegantes, as casas simples, as pousadas de charme, cada curva, a natureza exuberante, o riozinho suave que faz zigue-zague por entre a vegetação e empresta seu barulho à tranquilidade daquelas paragens.
Logo no início da estrada, localiza-se a fábrica da cerveja Cidade Imperial, de pequeno porte, que lamentei não estar aberta, para poder visitá-la. Mas comentei com minha mulher que, numa próxima ida a Itaipava, voltaríamos com essa finalidade. Gosto de fermentados e destilados, com a temperança com que devem ser degustados.
Ao final da ida, empreendemos a volta, mais tranquila, observando melhor cada detalhe paisagístico. Paramos para conhecer a Pousada Tambo Los Incas, onde fomos recebidos de forma cortês pelos funcionários, que estavam nos preparativos para a festa da virada do ano a acontecer à noite.
Na recepção da pousada, que conhecia por reportagens em revistas de viagem e pelo sítio na Internet, pudemos observar a coleção de obras de arte e artesanato, que davam o tom característico ao ambiente.
O funcionário que nos atendeu informou-nos que o restaurante da pousada estaria aberto no dia primeiro e era franqueado ao público. Ficamos de voltar, para lá almoçar, mas não o fizemos, porque fomos a Petrópolis naquele dia. Comentamos que não faltaria oportunidade para nova visita, ou, quem sabe mesmo, para um fim de semana lá hospedados.
Depois de algum tempo, saímos e paramos na lojinha da pousada que ficava ao lado da entrada, bem de frente à estrada, onde compramos alguns produtos. Era de se admirar sua qualidade, a variedade e a qualidade dos vinhos e demais bebidas.
Saímos de Itaipava, de volta a Niterói, antecipadamente, deixando crédito no pacote, a ser usado posteriormente.
O céu já tinha começado a dar mostras de que despejaria sobre a Região Serrana fluminense o turbilhão de dor, desespero e morte, de proporções catastróficas.
Depois de tudo o que temos visto, pode-se dizer que uma das mais belas paisagens do Estado do Rio de Janeiro ficará com cicatrizes tão profundas em sua geografia e em seu povo, que passarão muitas gerações para que elas sejam esquecidas.
Triste!!!
ResponderExcluirPara os que não tiveram a felicidade de ver com os próprios olhos, que nos sirva de registro.
ResponderExcluirSe tem um lugar que possuo raizes, esse lugar chama-se REGIÃO SERRANA. Tamanha beleza, tamanha cicatriz encrustou-se no povo e neste lugar. Mas acredito na regeneração; no respirar profundo embusca do fôlego para continuar a labuta diária e a vida prosseguir. Quem sabe com melhor sabor; quem sabe com mais respeito ao solo que se pisa e pela moradia que se abriga.
ResponderExcluirTorço pelo fortalecimento do Vale de Cuiabá e tenho fé que poderemos, sim, comtemplar a beleza natural de um vale.
Desculpa pelo "comtemplar" (contemplar)
ResponderExcluirObrigado pelo depoimento, Aline. Procurando posteriormente mais informações, descobri que ainda há locais que ficaram à margem da catástrofe. E também sabemos da fibra do brasileiro. Haveremos de recuperar nossas serras.
ResponderExcluirTexto lindo! Ao passear pelas linhas escritas, me senti naquele lugar, sentindo o frescor do ar, o som do Rio, me fazendo por alguns instantes, esquecer no que se tornou tudo isso.
ResponderExcluirTenho fé na recuperação, Saint-Clair. Mediante a tamanha devastação, também foi possível ver tamanhã união nas pessoas em querer ajudar. Foi possível ver a vontade de alguma forma ajudar a região serrana.
ResponderExcluirE só pra adicionar: concordo com a Sassá. Seu texto é lindo. Vi-me naquelas curvas da serra, com o frescor e o sorriso que todo aquele verde pinta em meu rosto. Fiquei fã deste blog.
Obrigado e bem-vindo ao blog, Sassá. Como disse Aline, acreditamos que daqui a pouco tempo tudo estará recuperado, pela força das pessoas que de lá tiram sua vida.
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