como todos os que dormem nas ruas nas calçadas
e chafurdam no lixo
e comem migalhas
e sonham não se sabe com quê
sorte não ter como horizonte
apenas a barra da baía de guanabara
o mar aberto de copacabana com as cagarras
e a ilha rasa
o céu pesado que apavora os morros
sorte não ter como amor devotamento
o ódio e a indiferença que passeiam nos ônibus
no metrô
nos apertados trens urbanos
ou o terror das ruas da cidade
esse desconforto de carne e músculos
que os famintos carregam como fardo
leve e maldito
a que devem acrescentar doença e desejo
delírio e paixão
como qualquer um
sorte não ter como consciência o nada
e calar diante de todas as injustiças
Só uma palavra: EMOCIONANTE!
ResponderExcluirSorte tua ter a poesia como aliada.
ResponderExcluir