3 de agosto de 2011

SONETO VAZIO

Tão logo sinto teus olhos furtivos
A penetrar a carne que carrego,
Como se fosse um reles fardo incerto
Do que sobrou de todos os desvios

Por que passei em tempos de estio
Ou nas possíveis belas primaveras,
Fico pensando em todas as quimeras
Que alimentei realizar, anos a fio,

Como traçar contigo linhas retas,
Curvas exóticas, tardes tão belas,
Noites albergadas, correr de rio,

O que não consegui, em sendo esperto,
Pois mais esperta eras. E, ao certo,
Foi-se a quimera. Restou-me o vazio.

Bosque, imagem em crissimon.wordpress.com.

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