11 de agosto de 2011

CENA PROSAICA

a mulher frita angu do dia anterior
para aproveitar comida.

na venda aberta em três portas estreitas
as prateleiras vazias espreitam os fregueses.
não fosse o vidro de pés de moleque
a conversa não duraria um causo de pescaria
mas há todos os outros causos
todas as outras necessidades
e a indolência preguiçosa do interior:
a vida é tocada como tropa de burros dolentes
numa estrada poeirenta barrenta sem fim
(Imagem em temperartee.blogspot.com.)
sem entroncamento.

a mulher frita angu do dia anterior
porque a situação é grave
mas o vidro de pés de moleque se esvazia
cada noite
com a conversa fiada daqueles homens cansados.

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