15 de agosto de 2011

O TEMPO URGE

Estou estacionado neste ponto
Perdido do universo
De coordenadas indefinidas por satélite geoestacionário
Na interseção da linha do horizonte
Com a das necessidades e dos desejos

Como árvore penetro a terra
Finco raízes
Lanço sombras sobre o solo
Para proteger meus frutos
Em minhas ramagens bandos de pássaros
Fazem algazarra ao entardecer
E me sinto eterno

Mas como bicho tenho de seguir estradas
Procurar atalhos
Penetrar florestas por trilhas inominadas
E levar a prole ao rio das águas claras
Ao seguro dos abrigos após as caminhadas
Como o elefante que depõe o corpo
Depois de tudo
Sobre a memória dos seus antepassados
E sinto que o tempo urge!

Imagem em carmendeeugenio.blogspot.com.

Um comentário:

  1. É... se nos colocamos entre estes extremos tendemos a ficar paralisados. Há que ir dando uma no prego outra na ferradura.

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