tira-gosto de torresmo.
a viúva alvissareira revira os olhos
ao encontro da pilha de cigarros
na ânsia de alguns tragos:
um minister um astoria um liberty ovais.
na gaveta improvisada da suposta registradora
o balconista manuseia o troco de um traçado
pensando no café pingado que o doutor pediu.
o bêbado baba uma gosma pegajosa
rente ao balcão
(J. Cristino, Botequim, ca.1860, em purl.pt) |
emplastrados de banha
os óculos da cozinheira
percebem entre brumas
o sorriso lasso do paraíba
que devora média-pão-com-manteiga
àquela mesma hora da noite
das noites anteriores e assim por todo o sempre.
Não existe melhor lugar para se escrever do que num pé-sujo.
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