1 de julho de 2011

TANGO

mata-me de desejo nesta cama
macia e quente
e depois me abandona.
deixa-me ao largo como animal de trote
a pastar o que sobrar na estrada.
ignora-me por dias e semanas
e engana-me com mais outros
outros mais e outros.
repugne-te minha frouxa pálida lembrança.
vomita diante do meu retrato
que lançarás no mangue.
Colhida em br.livra.com.
recusa-te a ouvir meu nome
ainda que francamente enunciado
por herdeiros da vida e da fortuna.
revolta-te se te lembrarem de nós dois
e queima no fogo do teu desprezo
os versos os poemetos idiotas
com os quais traduzi minha paixão.
esquece por fim que existi.
apaga da memória minha sorte.
mas restarão por fim
irremovíveis fortes
as fungadas que eu dei no teu cangote.

Um comentário:

  1. Embora o defina como tango, ouvi um belíssimo samba-canção, pra ficar dentro da tradição da MPB (dor-de-corno) ou Bossa Nova (fossa).

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