25 de julho de 2011

R Ã S

Choveu, alagou, é rã no brejo.

Os dois meninos entram, água pela canela, dispostos a pegar rãs com as mãos. Seguem procurando colares de espuma. Metem a mão com pressa e agarram-nas firmemente. Depois que se enchem de gordas rãs, seguem caminho de casa na Fazenda do Jacó. Mas não as comem. Dão-nas para Neguinha, pobre sitiante de beira de estrada, que exulta pela carne gostosa para a janta.

Na panela, já destrinchadas, as rãs continuam pulando, a carne branca eletrizada, como se a vida permanecesse depois de tudo.

De fato permanece, pelo menos nos olhos agradecidos de Neguinha.

Imagem em recantodasletras.com.br.

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