quem sabe
pudéssemos falar de amor
com quem diz bom dia
e construíssemos nosso discurso
com as imagens singelas do cotidiano
sem cair no delírio da paixão desenfreada
mas transformando cada minuto do encontro
numa sucessão de festas e desejos?
quem sabe
pudéssemos adorar-nos mutuamente
nos instantes mais plausíveis do dia
e deixássemos a loucura e o desatino
para as horas de saudade e solidão
sem pensar nas tristezas do abandono?
quem sabe
talvez
quem sabe?
Di Cavalcanti, Gafieira, séc. XX (em bethcruz.blogspot.com).
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