16 de fevereiro de 2012

PERGUNTAS EM FORMA DE CONSIDERAÇÕES A MEU SEGUNDO FILHO

que vida é essa que te damos pequenino
num mundo pleno de ambições e desenganos
senão a vida que sonhamos
senão o amor que reinventamos
para esses tempos de tristeza e solidão?

que casa é essa que te armamos meu menino
no exíguo espaço de lares mal arrumados
senão a casa que habitamos
senão o vão que ocupamos
nesta cidade espremida por concreto e aço?

que nome é esse que te damos filho infante
desse rol de nomes tantos – nomes falsos –
senão o nome que chamamos
senão o símbolo que achamos
para nomear-te amor poesia e canto?

que roupa é essa que cosemos neste instante
com os panos com as linhas de hoje e sempre
senão a roupa que compramos
senão o hábito que criamos
para adorar-te como um pequeno deus humano?

Imagem em substantivoplural.com.br.

(Explicação necessária: Este poema é de 1980 e feito na expectativa do nascimento de Estefânia. À época, embora já possível, não quisemos saber quem estaria embutido na mãe. A emoção da hora foi muito maior.)

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