28 de fevereiro de 2012

NÃO ME CONTE SEUS SEGREDOS (sinceridade demais às vezes ofende)

Não me conte seus segredos
Sou um túmulo aberto
Um coração boquirroto
Não comungo mal secreto
Se você tem seus segredos
Não sou o amigo certo.

Se você foi corneado
Não conte isto pra mim
Periga não me conter
O que será o seu fim
Vou contar pra todo mundo
Da faculdade ao jardim.

No entanto se a notícia
Versar sobre o dinheiro
Que você anda devendo
A mais de um cavalheiro
Aí eu sujo o seu nome
Como tábua de chiqueiro.

Ou talvez seja a tramoia
Que você fez no trabalho
Recebendo um por fora
De encher o agasalho
Aonde você carrega
Aquilo que rima aqui,

Como já fizeram demais
Políticos picaretas
Eu não sei guardar segredo
Principalmente mutretas
Assim não me venha contar
Que eu armo até retretas.

E vou espalhar na praça
Na sinuca e no armazém
Na pelada de domingo
Do jeito que me convém
De não ficar sem saber
Do doutor ao Zé Ninguém.

Então está avisado
Guarde lá o seu segredo
Porque comigo é assim
Não tenho um pingo de medo
Se não for pra repartir
Não venha contar pra mim
Guarde lá o seu segredo.

Um comentário:

  1. Eu nunca vi um fofoqueiro escrever tão bem. Muito bom, "aquilo rima aqui", genial!

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