um dia a nave parte deste porto
o corpo derreado a carne podre
os sonhos abortados
outro dia o sol deposto sobre os montes
e a água límpida das mesmas fontes
depois da tempestade e da enxurrada
se toldar de barro
hoje é só desejo e um bocejo mal passado
das bocas mais que amargas
do perdido tempo de nós todos
mais que moços
amanhã será não sei quiçá acaso talvez
uma agonia instalada em pleno peito
e a certeza de que os planos que traçamos
estarão desfeitos
Sonhos são apenas sonhos. Desfeitos, inventamos outros. E "la nave va"!
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