Fosse o amor um lago bem profundo,
Alta montanha, abismo inexplorado,
Vasta floresta, subida escarpada,
Caverna escura, labirinto intrincado,
Ainda assim seria bem possível
Explorá-lo mansamente e conhecê-lo.
Porém o amor é uma coisa inextricável,
Um troço doido, um trem sem jeito,
Um barato estranho, a que a ciência,
A tecnologia ou mesmo a arte
Não dão suporte para que o amante,
Em qualquer tempo, consiga entendê-lo.
Está muito mais para atoleiro,
Caminhão sem freio numa ladeira,
Desgovernado,
Ou poço feio de areia movediça,
Ou manada de elefantes enfurecidos
Em correria desembestada,
Ou serpentário.
Assim o amor mete o amante
Numa gostosa enrascada,
Donde sair deixa o sujeito mais desconjuntado
Do que frango atropelado.
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