somos santos esquálidos despidos de virtudes:
comemos nada e sobrevivemos
ganhamos pouco e rimos em missa de defunto
o céu se abate sobre nossos barracos
e aproveitamos a enxurrada para lavar a calçada suja
só ficamos um pouco humanos
passíveis das mesmas dores de todos os outros nacionais
quando nosso time perde
e a luz elétrica falta na hora da novela das oito.
(C. Portinari, Os retirantes, 1944. MASP) |
Belo! Um pouco de igualdade é sempre bom, ainda que na desgraça.
ResponderExcluirTalvez o que nos defina como humanos seja exatamente isto: esta capacidade de nos transmutarmos em artifícios, arremedo de nós mesmos?
ResponderExcluirVidas secas brasileiras...
ResponderExcluirUm bj querido amigo