22 de fevereiro de 2011

SE FOSSE O AMOR ASSIM TÃO GRANDE

Se fosse o amor assim tão grande quanto se diz
De tal forma desmesurada, exorbitante,
Não caberia no coração humano, distraído,
Que por uma seta fatal do deus Cupido
Fosse alvejado enquanto, num instante,
Se desprecavesse de cuidados e, infeliz,
Sofresse as agruras que o deixam tonto.

Imagem em bridashim.blogspot.com.
O amor, porém, cabe, sem que exorbite
Um tantinho sequer em seus limites,
Do mais jovem ao mais velho dos mortais,
No coração que bombeia, incessante,
Pelas veias e artérias de calibres desiguais,
Todo o sangue que carrega, em seu trajeto,
Alegrias, frustrações, dores e festas.

E, assim tanto cresça em seus aspectos,
Seus contornos, sutilezas ou razias,
Figurando desmedida incalculável,
O amor, por mais que seja improvável,
Caberá de um todo e num só plano
No mais tímido, no mais incerto, no mais banal,
No mais inseguro dos corações humanos.

Um comentário:

  1. Que cabe, cabe! Só que tem uns que, inflados ou murchos por desejos, vedam-lhe pouso.

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