20 de maio de 2012

DIAS DE CHUVA FINA, TEMPOS DE SEQUIDÃO

Há dias em que a chuva fina
Entra em minha alma
E instala um clima de fique quieto
De não se mexa

Não tenho alma
Não fico quieto
E olho pela janela respingada
A vida correndo intensa na rua lá embaixo

Há tempos em que o clima seco
Resseca tudo em que creio
E desertifica as coisas por inteiro

Então me umedeço da chuva fina
E recrio na paisagem árida de deserto
As singelas flores rústicas do meu jeito roceiro

Sheila Machado, Chuva na janela, 2010 (em flickr.com/photos/smassis)

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