14 de junho de 2011

CORPOEMA


Escultura por Paulo Massena, em pousadadoescultor.com.

algum poema se constrói ao longo do corpo
com o mesmo suor
                                o mesmo cansaço
assim como a mesma emoção repetida
e se um se contorce
o outro retrocede e eriça
e se um se expande
 o outro se aglutina e ferve
: ambos matéria do mesmo existir

e o suor que mina dos poros
a língua que o sorve pele afora
os pelos lambidos
as mãos crispadas
os músculos retraídos
no desconforto macio de dois corpos ágeis
                                             a se acoplarem
: a solidão dos que dizem com os gestos
o poema-momento que o tempo elide

Um comentário: