12 de junho de 2011

CORAÇÃO DE FEIRA

Maduro e doce
Teu coração de fruta
Apodrece na banca da feira
Dos amores impossíveis
Irrealizáveis
Sem comprador que o queira

Primeiros sinais da putrefação
São as moscas que o sobrevoam
Teus sonhos mais pesados que o ar
Os delírios fúteis que povoam tua vida
À toa

Previsões de ventos frescos
Suaves garoas
Que te trariam colheita farta
Saúde boa
E muitas outras coisas que se contam
Para encher a vida de conforto
Estão agora expostos na barraca
Da feira dos amores tortos
Aqueles que só provam fracassos
Ou sobrevivem mui precariamente
Do acaso.

Imagem em 94fm.com.br.

Um comentário:

  1. Um passeio pelo bas-fond vez por outra, longe de nos animar... a mim produz a sensação de que o ser humano possui uma capacidade além da conta para sobreviver. Sobreviver de qualquer jeito, dá-se sempre um jeito, mesmo na mais completa derrota e desengano.

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