7 de abril de 2011

AMIGOS

Não chego a ser um caso de polícia
Não sou bem aquilo bem isso
Sou apenas um mero bicho esquisito
Cheio de nós pelas costas
Cheio de vícios
Assolado por compromissos
De todos os tipos
E o máximo que consigo
Quando estou a perigo
É chamar pelos amigos
Assim nem sempre vacilo
Quase nunca grito
Ou esperneio
Pois quem tem amigos
Tem mais que meio mundo
Com certeza o mundo inteiro
Amigos são esteios
São estacas
Ainda que eu não seja meramente um bicho
Mas seja apenas uma folha seca
Max Ernest, O encontro dos amigos,  1922 (em ujuo.com).
Soprada pelo vento
Com meus amigos
Eu me sustento

2 comentários:

  1. Assim é que é: sem sentimentalismos, sem confetes, sem figuras de linguagem, sem teorias mirabolantes, sem refrões abusados... como deve ser uma boa e velha conversa entre amigos.

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  2. Paulo Laurindo, com os amigos o papo é reto, como se diz hoje em dia, não é mesmo? Obrigado, mais uma vez!

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