9 de abril de 2011

LÁ VEM A NOITE ESFARRAPADA

Lá vem a noite esfarrapada
Catando nas latas de lixo de lanchonetes e padarias
Estrelas puídas recheadas de fome
Com o molho amargo do suco gástrico
Sem o descanso das horas perdidas
No martírio dos sonhos abortados
Peter Brughel, Mendigos, séc. XVI.
E os corpos transidos de cio
Como se a manhã anunciada
Augurasse aos deserdados
Uma felicidade que não existe.

3 comentários:

  1. Muita sensibilidade o senhor expressa; penho percebido muito isso nos seus poemas. estou gostando de o ler.
    Parabéns, saint-Clair

    ResponderExcluir
  2. Tudo é objeto da poesia, porque não? Desde que a sensibilidade do poeta nos leve a refletir, com bem querer/bem fazer, sobre as mazelas humanas.

    ResponderExcluir