26 de abril de 2012

ZIFIO TAVA SUMIDO!

Pai Prudenço (em talesvale.blogspot.com).

Zifio tava sumido e agora assuntô pur riba da minha soleira. É sempre assim. Toda vez que zifio tem pobrema, ele parece aqui, com cara de cachorro que virô a panela do vizinho, oiando pra baixo, pescoço sem levantá aquele zói azul. Aí eu sei que o pobrema é brabo. Pode dizê, zifio! Pai Prudenço tá aqui pra escuitá. Abre seu coração, zifio! Num deixa nenhua mágoa de fora, pra mode eu podê mexê meus pauzinho tudo nos conforme das entidade e dos caboco. Que se eu num subé direitim, os trem pode desandá. E entonce, pra consertá, é um desassombro medonho! Mas cumé que ocê tá dizendo, zifio? Se meteu traveiz ca muié dos otro? E dessa vez os otro descobriu? Xiiii, zifio, ocê só faz o que o gato enterra, né meso? Aquela brigação que eu passei pr’ocê lá na cachoeira num adiantô nada, zifio? Ocê fez tudo direitim, conforme manda o figurino e, assim meso, num deu certo? É, entonce, ocê tá é cum um encosto brabo. Mas eu lá posso sabê quem é essa tar muié dos otro? Quem sabe eu num possa acorrentá o trabaio novo com o nome dela, pra tirá ocê dessa sufrega? A Candinha do Antõi Padero? Mas aí, zifio, vai ficá munto difice. Candinha é um muierão! É uma muié munto jeitosa! Vô meso te dizê, zifio, que até Pai Prudenço era capaz de se enredá nas teia de aranha dela, de num desapartá nem com reza forte. Aquilo é uma muié e tanto, de requistá purso forte pra sua governança. E nóis sabe que Antõi Padero é um carça froxa, que, quano num tá fazeno pão, tá na igreja orano pela arma dos pecadô. Casô cum ela só pruque fez saliença na juventude e o pai dela chegô de trinta e oito engatiado nos corno dele e aí ele num teve saída. Mas já sabia que num ia consegui governá muié tão apetrechada de fornidos e murundus. E piorô despois que entrô pra igreja. Acho que agora ele nem gosta mais das coisa. Ocê sabe bem do que tô falano! Vô meso te dizê, zifio, num convém fazê serviço nenhum pr’ocê. Ocê tá mais é do que certo! Se é comigo o enredo, afundo no mundo de não querê sabê de otra coisa. Candinha é joia preciosa, chegada numa saliença das boa. Sempre foi ansim. Eu, na qualidade de seu guia espirituá, tô te dizeno: afunda nas carne da Candinha sem medo, que eu vô fazê um trabaio pra neutralizá o corno. Que aquilo ali não vale o pão que amassa. Ah! eu nos amontoado da Candinha, zifio! Ai! que inveja danada d’ocê, zifio! Vai em paz, zifio, e deixa o corno comigo, que vô amarrá ele pelos sete lado, de ele num dá cobro de tanto fazê pão e se desvencilhá das obrigação da igreja. Vai tê até de badalá sino na morte de cachorro e gato. Vai na paz de Pai Prudenço, zifio! Ai! se inveja matasse, Pai Prudenço tava desencarnado!

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