amanhã serão dois os meus rebentos
pequenos poemas em carne e osso que criei
e aos quais acrescento amiúde versos novos
pequenos ditirambos
simples haicais
trovas inocentes
sonetos graves
odes caudalosas
e lá irão eles crescendo a cada página
mas se for dado ao pai um sonho apenas
quero que sejam
cantigas de escárnio
desta sociedade em que os joguei
e então com sua verve debochada
destruam os ritmos injustos que se impõem
a miséria do metro que nos sobrepõem
e continuem maldizendo
os novos reis que se forem criando
até que cada poema se possa recitar por inteiro
Valdomiro de Deus, Carneiros da fazenda (em ajurspvendedoredivulgadordaartenaif.blogspot.com). |
(Poema de 1980)
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