Diante do computador conectado, fica-se mais visível que diante desses modernos scanners corporais de aeroportos. Por isso é que ultimamente ando apavorado com a capacidade que a Internet tem de saber dos detalhes mais íntimos da vida da gente. E olhem que não faço parte de nenhuma dessas comunidades de Facebook, Orkut, etc. Não exponho minhas intimidades na rede. Por isso ando com uma pulga atrás da orelha.
Aliás, por falar em Orkut, há uns três anos atrás, Patrick, um jovem de seus vinte anos, meu colega de trabalho – quando ainda me dava a essa veleidade –, me perguntou se eu tinha lá alguma coisa que andava circulando pela Internet. Disse-lhe que não. Do alto de sua irresponsabilidade quase juvenil, disse:
- Então vou entrar no seu Orkut e botar lá.
Imediatamente lhe disse:
- Patrick, você me respeite, que já sou um senhor adentrando na terceira idade e não vou admitir que um cara recém-saído das fraldas ponha qualquer coisa no meu Orkut.
A risadaria foi geral. Mas devo admitir que fiquei constrangido com aquela história. Nomezinho mais esquisito do inventor da coisa! Mas, em Orkut que mamãe botou talquinho, não é qualquer fedelho que vai introduzir nada.
Agora tenho recebido com insistência mensagens eletrônicas, anunciado o paraíso: ora querem me vender Viagra a preço de ocasião, ora se propõem a aumentar o tamanho do meu tênis como num passe de mágica. Uns falam em três centímetros, outros em quatro, cinco e, hoje, chegou um prometendo oito centímetros. Estou ficando muito tentado com essas ofertas. Quando chegarem a vinte centímetros, mais uma caixa de Viagra de brinde, tenho quase certeza de que não vou resistir.
Mas, pensando bem, o que eu faria com os dois?
Quando atingi os sessenta anos, comentei com meu primo Roberto Bedu que a língua portuguesa às vezes é muito irônica. Passamos a ser sexagenários, quando o sexo já está na curva descendente de uma espiral diabólica. Sexagenário deveria ser quando temos vinte, trinta anos. Depois disso, também, já é forçação de barra. Aos sessenta, deveria ser alguma coisa como broxagenário.
Assim, o que eu faria com essas duas maravilhas da ciência moderna que me chegam quase todos os dias em meu correio eletrônico: mais vinte centímetros no meu tênis e uma caixa de Viagra? Vai ser arma pesada, com munição farta, de manipulação quase impossível.
Toda essa conversa fiada me fez lembrar do amigo Fernando Lemos, grande professor de Linguística, que disse, certa vez, que o homem tem três fases, relativamente a sua vida sexual: 1) fase psicológica: é só pensar, que o bicho funciona; 2) fase mecânica: se não manipular, o troço não calibra; e 3) fase hidráulica: é só tesão de mijo, com perdão da expressão chula, e olhe lá!
E, se quiserem dar boas risadas a respeito, é só clicar na seta na imagem, para ouvirem Zé Mulato e Cassiano darem uma explicação musical muito bem humorada sobre o assunto.
PS: Acabou de chegar um e-mail com conselhos para "incendiar o relacionamento". Acho que vou comprar um litro de álcool e uma caixa de fósforo.
Hahaha...cuidado, não vai tacar fogo na d. Jane...hahahaha...essa tá ótima!!!
ResponderExcluir