Aliviado da pressão
como uma garrafa de champagne aberta,
o poeta dispara rimas de montão,
qual perlage que escapa,
com a certeza de certa forma incerta
de que acertará alguma
em algum verso de pé quebrado
da sua grande produção de esteta.
Ainda há pouco acabou de assinar
o seu soneto de número quatro mil
quatrocentos e quarenta e quatro
de sua irrefreável lavra,
de sua irrefreável lavra,
(Se a memória não me falha!).
E rima bode com cabra,
e rima lata com pote,
macarrão com minestrone,
alcaçuz com alfaiate.
E vive matando a fome
em meio a seus confrades,
os tais encontros de vates.
E segue assim com seu estro
dificultoso,
canhestro,
mas espargindo suas rimas
com a sem cerimônia de praxe,
como se a poesia assim fosse
coisa de parca virtude,
tal qual comida barata
achada em qualquer fast food.
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