2 de novembro de 2011

DIA DE FINADOS

Trago meus mortos dentro de mim
Em não importa que lugar.
Meus avós, vários tios, raros primos,
Raros amigos que a vida dispensou
E que se foram prematuramente.
Se no cérebro, estão sempre a me lembrar de si
Sem incomodarem
De um jeito calmo e pacífico.
Se no coração, com aquela pontada de dor suave
Que sustenta a vida que se leva adiante
Na certeza de que a finitude é a marca humana definitiva.
Não os choro mais como outrora.
Estão comigo como figura e memória
Que me compõem,
Me sustentam.
Um dia também serei assim
E espero que os que ficarem
Também guardem de mim
O tanto que deles carrego como um fardo leve e amável.

Van Gogh, Les Alyscamps, 1888, Coleção Niarchos (vggallery.com).

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