Pôr do sol em Paris, com o Sena e suas pontes (foto do autor). |
Vendo a multidão de turistas que invade Paris no verão,
fico imaginando o que não deve sentir o habitante da cidade.
Eu, com certeza, não quero isso para a minha. Podemos
até mesmo viver um pouco menos rico, com o dinheiro que certamente eles
trariam. Mas vivemos muito mais confortavelmente.
Com certeza os que vivem do turismo até toleram o
desconforto de tanta gente, que fala as mais estranhas línguas do planeta, já
que o dindim faz suas caixas registradoras tilintarem. Mas o morador comum,
aquele que tem de tocar sua vida regularmente, cumprir seus afazeres diários,
deve odiar esta invasão de novas hordas de bárbaros semicivilizados, que fazem
de Paris a cidade mais visitada do mundo.
Não há recanto da cidade em que estive em que lá também
não havia mais turistas. Eu mesmo, um deles! E, às vezes, embora gostando de
cada passo pela cidade, me sentia um intruso a atrapalhar a rotina que faz o
conforto dos moradores.
Já estou em Niterói. E agora cedo fui à rua andar para
fazer alguma coisa e me deparei com alguns jovens que aqui estão para a Jornada
Mundial da Juventude. Não são tantos quantos os turistas que infestam Paris no
verão, mas já provocam uma mudança na vida da cidade, apesar de ainda não
causarem o tal desconforto que imagino existir.
Lá, por exemplo, não conseguimos nem ultrapassar as
roletas de entrada do Louvre, tal era a aglomeração de visitantes. Para subir à
Torre Eiffel, enfrentamos uma fila serpenteante de mais de duas horas, até
atingir o topo, onde já chegamos com nossa neta cheia de sono. E demos, apenas,
uma vista d’olhos lá de cima. Nos parques Euro Disney e Asterix, novas filas e
atropelos. Parece que a infância e a juventude da Europa marcaram encontro na
mesma data nesses locais.
Pouco andamos de metrô. Preferimos os ônibus, para que
pudéssemos ver melhor a cidade. Nesses, no entanto, o sufuco não foi tão
grande, até porque as linhas também não atendem todos os pontos da cidade com a
eficiência do transporte sobre trilhos.
A glória de ser a cidade mais visitada talvez não seja
um motivo de orgulho para os parisienses. Ao contrário, talvez constitua uma
grande chateação em suas vidas.
De qualquer forma, sempre que tiver oportunidade, darei
uma passada por lá, porque não tenho culpa por eles terem feito uma cidade tão
interessante. O que posso prometer é não fazer como um bando deles faz: sujar
as ruas da cidade com o descarte de garrafas de água, papeluchos, restos de
coisas.
Pelo menos, neste ponto, sou um turista um pouco menos
inconveniente.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAs épocas de menos turistas são imediatamente antes e depois da Páscoa e o melhor mês deve ser o de Outubro, ainda não está muito frio e há relactivamente poucos turistas.
ResponderExcluirO Louvre, só depois do arquitecto japonês Ieoh Ming Pei o ter organizado e construido a Pirâmide que também dá acesso ao museu, é que se tornou um museu de fácil visita, antes era um local para esquecer!... Era o museu mais mal organizado do mundo! Hoje, mesmo com muitos visitantes dá para ver o que queremos!