Não há silêncio na noite que açambarca
O pouco da vida que alucina
A noite geme
A noite grita
E estraçalha
A solidão se espraia
No fundo da noite ingrata
Que deixa o coração dos homens enregelado
A noite opera seu milagre inverso
Transforma crise em verso
Verso em agonia
Agonia em sonolência
E sob o peso enfim de certa dormência
Que se vai aos poucos apoderando dos meus nervos
Sucumbo
E durmo
Aterrado por soturnos pesadelos
Que vão enfim anunciar o fim do mundo
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Noite sobre a baía (foto do autor em flickr.com/photos/saint-clairmello). |
Um hamletiano poema.
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