Há
dois anos, prometi a minha netinha Gabriela, então com seis, que a levaria a
Paris quando ela tivesse oito anos.
A
promessa teve basicamente três motivações.
A
primeira, é claro, é a cidade em si. Quando lá estive com Jane, pela primeira
vez, fui acometido de uma emoção tão peculiar, acachapado pela beleza da cidade
como espaço urbano recheado de cultura e história - aquilo que a mão humana é
capaz de fazer, ao intervir no meio -, que tive a convicção - talvez um tanto
islâmica, confesso - de que todo ser humano deveria ter o direito de, pelo
menos uma vez na vida, ir a Paris.
A
segunda era para que eu tivesse um tempo razoável, a fim de dar certa ordem
econômica à minha vida, sempre tão propensa ao dia de hoje, ao carpe diem. A
imprevidência com o futuro é o mote que me move.
A
terceira e última é aquela que não deveria confessar de público, porque há de
me tornar quase um monstro calculista a olhares mais sensíveis. Quis esperar
que ela passasse aquela primeira fase da amnésia infantil, tivesse com seu
disco rígido cerebral cheio terabytes livres, para que, daqui a oitenta anos,
possa dizer para seus netos e bisnetos que seu avô foi o primeiro a levá-la a
conhecer a Cidade Luz. Porque, se há uma pretensão em mim, é a de que não
morra, tão logo o meu cadáver seja inumado sob primitivos sete palmos, ou sofra
um processo de churrasqueamento tão em voga. Justamente eu, que não acredito em
outra vida, sou dado a essa preocupação.
Agora
estamos os três – ela, a avó e eu – num avião rumo à capital da França.
Em
casa, um pouco antes de sair, chamei-a para dizer sobre a cidade e o país, e a
importância tão acentuada que já tiveram para o mundo. Seu pai já a havia
também preparado.
Recentemente
ela esteve na Flórida, com os
pais, o irmão e os tios, para desfrutar dos parques de diversões, o que poderia ter como
parâmetro para esta viagem de agora.
No
momento, enquanto estamos a caminho do nosso destino, em cuja programação
também estão incluídos parques, castelos, viagem de TGV, passeios por pontos
turísticos tradicionais e as baladas badaladas de Paris, não sei qual será o
resultado desta viagem. Daqui mais alguns anos, contudo, há de ser uma mina de
que ela extrairá preciosas joias de sua experiência.
Paris, alors allons
y!
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Imagem em zazzle.com.br. |
Quando o Alfredo me contou da vossa viagem, pensei: vai levar a Gabi à Euro-Disney!... Ah, como fiquei contente ao saber os seus motivos e o programa!...
ResponderExcluirTambém gosto muito de Paris... Mas não me atrai a Euro-Disney.
Boa viagem. Desfrutem.
Beijo para os três, com o da Gabi muito especial.
Daisy
Obrigado, Daisy! A Eurodisney foi menos interessante. A própria Gabi reconheceu isto. Ela preferiu o Parque Asterix.
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