No
meu regresso
Não
me estenda tapeteEstenda os braços
Não me faça discursos
Me dê um beijo
Não diga que sentiu minha ausência
Me dê um abraço
Eu
posso parecer roceiro
Mesmo
quando volto de ParisOu de qualquer parte do mundo
É que não me abandona esse jeito
De carabucense ausente
Perdido entre procelas de oceanos
E a poeira de caminhos estranhos
No
meu regresso
Não
improvise discursosSussurre uns versos
Solfeje umas notas dissonantes
Que meu coração errante
Há de entender
Melhor que um relatório de sofrimentos
Eu
posso parecer insensível
Mas
no meu peito bate l’incertitudeDa hora do recomeço
Do retorno certo
À casa bem-amada
Onde durante todo o resto
Vagueia a vida que vou levando a esmo
![]() |
Gustave Courbet, O encontro ou Bom dia, senhor Courbet, 1854 (em pt.wikipedia.org). |
Felizes aqueles que têm para onde retornar.
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