(Publicado orginalmente em Gritos&Bochichos em 18/3/2010.)
meio-dia, sol a pino.há um enterro na vila.rumo ao morro da coreiasegue o féretro cansado,levando um morto estimado.e é possível sofrercom a morte, mesmo o calorsendo mais forte, escaldante,que a lágrima que brotado rosto de cada um.é que dos olhos escorreum suor, tipo de sangue:são nossos poros que choram,quando já ao coraçãoé proibido chorar.segue o féretro ritmadoao cemitério do morro,enquanto todas as lágrimas,rolando, olhos e rosto,como se fossem um riachocheio de pedras, de seixos,fazem com que o coraçãodespenque de morro abaixo.e dentro do ataúdeum pouco daquela gente.
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Cândido Portinari, Enterro da rede, 1944 (em arte.seed.pr.gov.br).
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