a estrada desce o morro do marta em curva e póe se aproxima vagarosa do calçamentoos paralelepípedos (palavra tão grandequanto a vila)amparam os passos as rodas os pneus os cascoscomo colchões de arno silêncio da praça antônio guimarães(antiga praça do sabiá)e espalham-se por algumas ruas e travessasantes de deixarem ou no morro da coreiaou no morro do grupo escolar ou na pontedo valão liberdadequem apenas faz de liberdadeuma passagem minúsculapara uma viagem idemna porta das casas dos botequins e das vendasos olhares amigos vigiam quem passaburro carroça automóvel cachorro boi cavalo gentee cumprimentamuns respondem outros nãouns outros param e trocam dois dedos de prosasem pressadepois seguem ou se deixam ficarpara o jogo de sinucapara o cisprandipara continuarem a viver conforme têm vividoesquecidos do mundoperdidos no tempodispersos no coração de cada filho ausente
André Dunoyer de Segonzac, Le petit village et son église, 1884 (em artvalue.com). |
(Publicado orginalmente em Gritos&Bochichos em 29/3/2010.)
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