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Estou só no meu país
Cada um de nós está só neste país
Irremediavelmente só e massacrado
Sem compreender o que acontece com nossos estômagos
Com nossas angústias
E nossa infinita paciência de cães bernentos.
Estamos definitivamente desamparados nos becos
Sem futuro da nação que sequer tentamos construir
Da nação espezinhada dilacerada
Entregue à sanha de uns poucos
Para a miséria endêmica de milhões.
Estamos inapelavelmente privados da consciência
De que somos o próprio mal que não se cura
De que somos o próprio desespero que se basta
E continuamos a fomentar a discórdia
Entre nós mesmos
Enquanto a canalha que nos domina
Olha o horizonte e vê um céu de brigadeiro.
(Explicação necessária: Este texto é antigo - década de 70/80 -, mas penso que ainda não perdeu de todo seu sentido.)
Continua valendo para o mundo todo, Saint-Clair.
ResponderExcluirValeu, Paulo! É com certos pudores que publico alguma coisa mais antiga, mais engajada. Mas, creio, não se pode renegar um filho, ainda que estranho.
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