Quase não saio
Quase não vou à luta
A vida que me espera
Numa esquina escura
Armava um bote seguro
Sobre os mesmos vermes impuros
Como se fôssemos todos
Matéria do mesmo caldo
Farinha do mesmo saco
Rebotalhos amarrotados
Que não se bastam se sabem
Que têm o destino traçado
Em linhas que não se leem
Em páginas não assinadas
Por deuses inexistentes
Por fados não consumados
E ficam esperando que um dia
Os céus lhes abram as portas
Na presunção do futuro
Em paraíso distante
Tão distante e paraíso
Que futuro não existe
Como se imagina existir
E paraíso é só isso
Crermos que somos vivos
Rebanho? Passo ao largo. Prefiro a companhia dos solitários (e como fazem falta ultimamente estes seres independentes).
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