Tarcísio ganhou um pintinho. Queria criar um galo de briga, ser o rei da rinha. Sonho de menino.
Os dois combinaram criar, treinar, preparar os pintos frangos galos, juntos, até a galória final, isto é, até a glória final.
Foram exercícios para as pernas, aparas em penas, preparativos para o peito e o pescoço. Banho nos bichos, sacolejo nos bichos, susto nos bichos. Lá vão eles crescendo, encorpando. Serão excelentes galos da terra, plumagem escura, os reis do terreiro.
Conversas trocadas, impressões, informações de parte a parte. Expectativa de meninos, os futuros reis da rinha.
Briga de galo, imagem colhida em sergioaperon.com.br. |
Até que um belo dia de um verão qualquer, os dois futuros esporões mortíferos, cristas rubras intumescidas, terror de todas as rinhas, acabaram por pôr um prosaico ovo cada um. Frangas incompreendidas que eram.
Viraram ensopado com mandioca no domingo seguinte.
Belo exemplo de anti clímax, Saint Clair.
ResponderExcluirÔ, Mestre, esse negócio de galo virar galinha, lá em Calçado, tem não.
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