7 de novembro de 2012

ÀS VEZES CHOVE NO MEU PASSADO

Às vezes chove no meu passado de menino
E as ruas da vila se transformam em rios rasos.

Durante o verão tomo banho nas bicas que se formam
Nos telhados das nossas casas simples
Acompanhado de meus irmãos e algum amigo.
Quando o caudal diminui
E tudo parece ir voltando ao normal
Saímos a brincar de engenheiros civis
Construindo minúsculas barragens
Nas sarjetas das ruas descalçadas,
Ou de grandes piratas de mares bravios
Com nossos frágeis barcos de papel
Singrando as águas barrentas da enxurrada.

Com os pés descalços amassávamos o barro fresco
E construíamos a vida cheia de ilusões simplórias.


Imagem colhida em gelsonbessa.blogspot.com (sem indicação do autor).

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