24 de julho de 2012

COMO INDICAR SEU PROCTOLOGISTA PARA UM AMIGO

Uma das coisas mais constrangedoras que possa haver é você indicar proctologista para alguém.
Que recomendações razoavelmente boas, sensatas e não comprometedoras você dará ao seu amigo, ao seu parente, sobre as qualidades do cara cuja missão na vida é examinar você a partir do fiofó? Daí para dentro!
Essa preocupação, podem acreditar, me veio à mente outro dia, quando fiz isso com um amigo.
Quando lhe disse que o meu médico era muito bom, simpático, essas coisas, o negócio ficou esquisito. Eu não tenho de achar proctologista simpático ou bom, fazendo comigo justamente o que ele faz.
Em princípio, todo proctologista é um abusado! Se simpático, passa a ser um sádico torturador!
Aliás, seria preferível que ele fosse carrancudo. Não esboçasse nem mesmo o mínimo sorriso matreiro no canto da boca. Que não se pudesse vislumbrar no seu olhar a mínima faísca de satisfação por estar fazendo bem seu trabalho, como é normal e desejável em qualquer outra profissão. Lá isso é trabalho que se faça?! E logo com a minha pessoa?!
Mas eu fui dizer isso e pegou mal.
Na verdade eu queria dizer, mas não tive coragem, porque iria ser ainda pior, era que o calibre do dedão dele não apavora. Não lhe dá aquela sensação prévia de pânico, que ocorre só em cumprimentar com um aperto de mão.
É que já vi médicos com as mãos de Mike Tyson, de Anderson Silva – sabem? –, aquela pata elefantina capaz de apavorar só de olhar.
Quando cheguei a casa e refleti sobre tudo o que dissera ao amigo, percebi que a única justificativa aceitável para a recomendação – já que o estupro é inevitável – é o tamanho do dígito do indigitado esculápio. Vacilei um pouco, mas peguei o telefone e liguei para ele:
- Aí, fique tranquilo: o dedão dele não passa de um dedinho. Ele tem mania de gavar o tamanho dele, como nós temos o de gavar o tamanho daquilo.
E caímos numa gargalhada nervosa que durou até depois do fim da ligação.
Pelamordedeus!

Imagem em meuchefenaosabe.blogspot.com.

4 comentários:

  1. Quando fiz o meu exame à prótata fiz questão que a minha mulher estivesse presente, não fosse o cara fazer o toque rectal com as duas mãos nos meus ombros... Nunca fiando!

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    1. Como dizemos aqui, prudência e canja de galinha nunca fazem mal.

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