Lembrou-se o meu amor dos teus descuidos,
Das coisas tolas que nós dois fizemos,
Das armadilhas postas pelos anos,
Dos desencontros tristes que provamos,
Das intempéries por que nós passamos,
Dos desalentos, dúvidas, agruras,
Das peripécias que, por vias tantas,
Nos imergiram em águas turbulentas,
Nos afogaram em tão profundas grutas,
Que penso agora, já sem atropelos,
Fazendo a conta de lucros e perdas,
Chega-se ao saldo: dívidas soturnas;
Nada de crédito; ironia: alguma,
E a saudade que sobrou: nenhuma!
Henry Bouvet, Dans la nuit, séc. XIX (em artfind.com). |
Lindíssimo, mas fiquei triste aqui...lembranças, amargas.
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