2 de janeiro de 2012

DOZE PREVISÕES INFALÍVEIS PARA 2011

Para início de conversa, o título da postagem de hoje não está errado, embora devesse sair como balanço de 2011, se eu fosse seguir a expectativa dos leitores.

É que, ao chegar esta época do tempo – a passagem de um ano a outro –, vemos previsões e retrospectivas, conforme seja o alvo: futuro ou pretérito.

Se sou um profeta, visionário, jogador de búzios, astrólogo ou um espertalhão qualquer, começo a fazer perquirições acerca do que está vindo por aí. Claro que há as pessoas sensatas e bem intencionadas, cujo único desejo é ajudar seus semelhantes a não quebrarem por demais a cabeça durante os trezentos e sessenta e seis dias vindouros - o ano será bissexto (Não confundir com bissexual e sair por aí fazendo o que não deve!). São os que veem o futuro.
Os outros – aqueles que lançam um olhar sobre o pretérito – são, normalmente, jornalistas, estudiosos, intelectuais e especialistas em generalidades que, com um olhar à retaguarda do tempo, destacam, para os desprovidos de memória e de capacidade prospectiva, as coisas positivas, negativas e neutras que mais se destacaram no decurso período.

Como não sou nenhuma coisa nem outra, situando-me assim entre Sir Pai Zatônio de Xangô e Zuenir Ventura, ou entre o extinto Joãozinho da Gomeia e o brilhante Villas Bôas-Correa, tentarei aqui fazer as previsões do futuro do pretérito (Lembram-se da conjugação de verbos?) para 2011, isto é, o que deveria ter acontecido, porém não aconteceu num passado próximo ou distante. Deu para entender?

Comecemos!
1.      O Botafogo, por todas as indicações favoráveis na metade do segundo turno do Brasileiro, seria campeão Brasileiro, com o pé nas costas. Seus torcedores acreditariam nisso até, mais ou menos, a nona rodada. Depois cairiam em profunda consternação.

2.      Também o Vasco, que não nos decepcionou. Tudo indicava que seria vice outra vez. O que, afinal, não causaria nenhuma surpresa. Esta previsão, aliás, se faz até de olho fechado.

3.      O Flamengo passaria incólume, sem nenhuma questão polêmica durante o ano, porém, também, não se aguentaria e andaria aprontando. Seu grande crack (não é a droga, é a grafia inglesa que usávamos até a década de 60) protagonizaria cena de profunda reflexão existencial, via Internet.

4.      Paulo Coelho lançaria mais um grande livro, que, no entanto, não faria sucesso nenhum e não lhe renderia um tostão de direitos autorais, embora totalmente original, com ideias próprias e não copiadas e, por sinal, muito bem escrito, o que surpreenderia o leitor mais rigoroso e exigente.

5.      Não haveria, entre os ministros do governo federal, nenhum sobre o qual se pudesse lançar a mínima dúvida acerca de seu comportamento, estando todos acima de qualquer suspeita. Denúncias sobre falcatruas cairiam no descrédito público.

6.      O índice Bovespa acumularia ganhos expressivos durante o exercício, e as aplicações em dólares se revelariam um negócio podre. Por sua vez, o Velho Continente continuaria a nos dar lições de sensatez.

7.      O Brasil assumiria a sexta posição no ranking dos países ricos e, com isto, passaria o Reino Unido em todos os indicadores sociais, econômicos, educacionais, tecnológicos e, inclusive, na riqueza de seus clubes praticantes do nobre esporte bretão.

8.      Michel Jackson lançaria mais uma nova dança, num novo filme, saído de um novo show: o ghostwalker, porém sem data definida no calendário.

9.      Uma famosa cantora inglesa, cujo nome os búzios se recusaram a revelar, trocaria suas atitudes, pararia de vomitar em público, suspenderia a birita e o pó e mudaria seu nome para alguma coisa mais branda, como, por exemplo, Waterhouse, Teahouse, Coffeehouse, por aí. Seriam tantas as mudanças que, possivelmente, não daria tempo: o ano tem apenas 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos aproximadamente.

10.  Ditadores e tiranos, pelo mundo afora, teriam seus melhores anos à frente das injustiças e tiranias que perpetram contra seus povos. Sobretudo os da Líbia, da Coreia do Norte, da Tunísia, do Egito e do Iêmen. Roubariam ainda menos, matariam menos pessoas e continuariam sua refestelada vida de prazeres e de ódios. Bashar al-Assad, o corvo albino de nariz adunco, estaria confortável em seu trono. Bin Laden viveria feliz e seguro numa caverna no Paquistão, Afeganistão, sei lá onde estão!

11.  Todos os estragos causados pelas chuvas no início do ano, sobretudo na Região Serrana do Rio de Janeiro (Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo) estariam consertados no prazo máximo de uma semana, como se fez no Japão. Nossas autoridades municipais empregariam o dinheiro recebido da maneira mais ética e proveitosa para suas comunidades. Nenhum deles seria acusado de malversação e corrupção. Tudo gente limpa!

12.  A administração pública, em todos os níveis, tomaria as medidas preventivas exigidas para o enfrentamento de todo tipo de catástrofe natural, bem como do poderoso mosquito da dengue. A população colaboraria voluntariamente, com os cuidados necessários a evitar enchentes, deslizamentos, proliferação de mosquitos e observação até mesmo das comezinhas regras de trânsito. E, assim, enfrentaremos 2012, com todos os maus agouros de que ele é portador, de maneira positiva, proativa e dercygonçalvescamente. Eh, país porreta, sô!

Pai Prudenço, que me psicografou estas previsões
(imagem em talesvale.blogspot.com).


(Publicado concomitantemente em Gritos&Bochichos.)

Um comentário:

  1. Seria, não fosse a hipótese, incerteza e/ou irrealidade acabarem definindo um passado habitual, isto é, imperfeito.

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