23 de janeiro de 2013

TRAVO

Trago na boca o travo de um paladar antigo
Um tanto amargo
Um tanto ambíguo
Um gosto sobreposto a um outro gosto
De coisas que se vão perdidas
Como a infância de que se lembra tanto

Tento no entanto que tudo que trago comigo
Seja isso seja aquilo
Me traga sempre as lembranças mais profícuas
Dos momentos vividos
Dos amigos queridos
E das coisas que não se vão perdidas

Cândido Portinari, Brincadeira de roda, 1935 (erm sp-arte.aonde.org).

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