1 de agosto de 2012

ENQUANTO OS CÃES CHEIRAM-SE OS RABOS

Não diga nada
Venha sentar-se aqui à sombra
E deixe que os cães se cheirem os rabos
Nós mesmos já nos cheiramos tanto e nos perdemos
E agora sobram esses cantos de pássaros pelas árvores
Que sinfonia é esta que desafina?
Que deleite é este que não sossega?
Venha sentar-se aqui à sombra
Porque de sol já nos fartou a vida
Um dia morreremos
E quase nada sobrará
Senão os ossos
E os remorsos daquilo que perdemos
De nada valerão a sombra o sol e o canto dos pássaros
Enquanto os cães seguirão rumo ao infinito
Indiferentemente
Cheirando-se os rabos


Cães tricolores franceses (em fond-ecran-images.com).

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