(Para Eduardo Campos e Rogério Barbosa)
Um dia ainda subo a serra
E ponho meu boi na sombra
Das árvores frondosas da Praça
Getúlio Vargas.
Almoçarei todos os dias na Dona
Mariquinha
- Exceto às segundas-feiras –
Embalado a tragos de Nega Fulô.
E quando a natureza se enfurecer
Precipitando casas e barrancos morro
abaixo
Em meio a um borbotão de água
barrenta
Irei cantar com um alaúde
No Cemitério Luterano
As incelenças por nossos mortos
E baterei à porta das autoridades
Para saber das verbas desviadas.
Irei com frequência a São Pedro e
Lumiar
Olhar o luar parado sobre as
montanhas
E com os amigos de sempre
Tomar vinho se o frio apertar.
Comprarei lingerie para a mulher que
me ama
E pijama que me aqueça.
Direi versos de Osmar Barbosa
Em frente à Academia de Letras.
Comerei brioches fresquinhos da
padaria
Da Praça Marcílio Dias
Sem preocupação (Sans Souci?) com a
diabetes.
E para sempre enfeitarei a vida
Com as flores bonitas de Conselheiro
Paulino.
Não me contenta ser a cidade apenas
passagem
E não o destino dos sonhos que me
assaltam
Ou dos caminhos vadios que mal percorro.
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Flores de Nova Friburgo (foto do autor). |
Beleza, Saint. Emocionado, agradeço,
ResponderExcluirRogério
Belo, Saint-Clair... As cidades são aquilo que guardamos delas.
ResponderExcluirObrigado, Rogério e Paulo Laurindo, pela leitura e o comentário.
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