28 de novembro de 2013

POEMA DE NOVA FRIBURGO

(Para Eduardo Campos e Rogério Barbosa)


Um dia ainda subo a serra
E ponho meu boi na sombra
Das árvores frondosas da Praça Getúlio Vargas.
Almoçarei todos os dias na Dona Mariquinha
- Exceto às segundas-feiras –
Embalado a tragos de Nega Fulô.
E quando a natureza se enfurecer
Precipitando casas e barrancos morro abaixo
Em meio a um borbotão de água barrenta
Irei cantar com um alaúde
No Cemitério Luterano
As incelenças por nossos mortos
E baterei à porta das autoridades
Para saber das verbas desviadas.
Irei com frequência a São Pedro e Lumiar
Olhar o luar parado sobre as montanhas
E com os amigos de sempre
Tomar vinho se o frio apertar.
Comprarei lingerie para a mulher que me ama
E pijama que me aqueça.
Direi versos de Osmar Barbosa
Em frente à Academia de Letras.
Comerei brioches fresquinhos da padaria
Da Praça Marcílio Dias
Sem preocupação (Sans Souci?) com a diabetes.
E para sempre enfeitarei a vida
Com as flores bonitas de Conselheiro Paulino.

Não me contenta ser a cidade apenas passagem
E não o destino dos sonhos que me assaltam
Ou dos caminhos vadios que mal percorro.

Flores de Nova Friburgo (foto do autor).

3 comentários:

  1. Beleza, Saint. Emocionado, agradeço,
    Rogério

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  2. Belo, Saint-Clair... As cidades são aquilo que guardamos delas.

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  3. Obrigado, Rogério e Paulo Laurindo, pela leitura e o comentário.

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